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Câmara aprova projeto que propõe restringir prisão domiciliar para acusados de alta periculosidade

Proposta do deputado Coronel Assis (PL) veda substituição da preventiva para líderes de crime organizado e milícias; texto aguarda análise do plenário

Câmara aprova projeto que propõe restringir prisão domiciliar para acusados de alta periculosidade
Câmara aprova projeto que propõe restringir prisão domiciliar para acusados de alta periculosidade (Foto: Reprodução)

A proposta aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados altera o Código de Processo Penal para impedir a substituição da prisão preventiva pela domiciliar em casos considerados de alta periculosidade, envolvendo líderes de organizações criminosas ou integrantes de milícias privadas.

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Atualmente, o artigo 318 do CPP permite a conversão da prisão cautelar em regime domiciliar sob certas condições, como grave problema de saúde ou avançada idade. O novo texto, contudo, insere uma vedação expressa para quando o réu for identificado como de alta periculosidade ou estiver à frente de atividades criminosas estruturadas. A proposta estabelece ainda que, para eventual concessão por motivos de saúde, será exigido laudo médico oficial do Estado, atestando a gravidade da condição e a incapacidade do sistema prisional de fornecer o tratamento adequado.


Câmara aprova projeto que propõe restringir prisão domiciliar para acusados de alta periculosidade
Proposta do deputado Coronel Assis (PL) veda substituição da preventiva para líderes de crime organizado e milícias; texto aguarda análise do plenário
A proposta aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados altera o Código de Processo Penal para impedir a substituição da prisão preventiva pela domiciliar em casos considerados de alta periculosidade, envolvendo líderes de organizações criminosas ou integrantes de milícias privadas.



Atualmente, o artigo 318 do CPP permite a conversão da prisão cautelar em regime domiciliar sob certas condições, como grave problema de saúde ou avançada idade. O novo texto, contudo, insere uma vedação expressa para quando o réu for identificado como de alta periculosidade ou estiver à frente de atividades criminosas estruturadas. A proposta estabelece ainda que, para eventual concessão por motivos de saúde, será exigido laudo médico oficial do Estado, atestando a gravidade da condição e a incapacidade do sistema prisional de fornecer o tratamento adequado.



Na justificativa anexa ao projeto, o parlamentar sustenta que a legislação vigente é omissa em relação a essa categoria específica de acusados, o que teria levado a decisões judiciais “controversas” e “potencialmente danosas à ordem pública”. “A falta de critérios rigorosos cria um ambiente propício à impunidade e à insegurança”, argumenta Assis. Segundo ele, a mudança visa equilibrar direitos constitucionais — como a dignidade da pessoa e a saúde — sem comprometer a segurança coletiva, tratando a prisão domiciliar como “exceção de rigoroso monitoramento”.

Caso aprovada, a alteração deve impactar as decisões sobre *medidas cautelares* em todo o país, limitando o arbítrio judicial nesses casos particulares. Especialistas em Direito Penal avaliam que a proposta pode gerar controvérsias sobre a definição jurídica de “alta periculosidade”, abrindo espaço para questionamentos no Supremo Tribunal Federal (STF).

A iniciativa reflete a pressão por endurecimento penal no Congresso, tema que ganha destaque na agenda política em meio a preocupações da sociedade com a criminalidade violenta. O projeto agora aguarda designação de relator nas comissões temáticas da Câmara dos Deputados, antes de seguir para votação em plenário.



Por Bruno Pinheiro 17/12/2025 07h46