cover
Tocando Agora:


Seca no Amazonas faz Rio Negro atingir menor nível em mais de cem anos

Marca negativa é a pior desde que Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia começou a fazer a medição, há 120 anos

Seca no Amazonas faz Rio Negro atingir menor nível em mais de cem anos
Seca no Amazonas faz Rio Negro atingir menor nível em mais de cem anos (Foto: Reprodução)

Rio Negro, localizado em Manaus, alcançou nesta segunda-feira, 16, o seu nível mais baixo em 120 anos de medição. Essa marca quebrou o recorde negativo de 2010 e confirma a seca de 2023 como a mais severa já registrada nessa região da Amazônia brasileira. Os dados de medição do Porto de Manaus, analisados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), mostram que a cota do rio atingiu 13,59 metros, superando a pior medição anterior de 13,63 metros, registrada em 2010. Segundo o instituto, o rio ainda deve baixar mais. Com base nos dados históricos, as grandes secas costumam se prolongar até o final de outubro e início de novembro. Essa estiagem tem causado impactos significativos nas paisagens e na vida das pessoas que dependem do rio na capital do Amazonas.


Na Marina do Davi, por exemplo, onde as embarcações partem para as praias do rio e para as comunidades ribeirinhas, a situação é de desolação. As embarcações flutuantes, que antes eram utilizadas para venda de passagens e embarque de passageiros, estão agora ilhadas e inutilizáveis. Além disso, outras embarcações estão encalhadas na lama. Para chegar ao rio, é necessário caminhar por passarelas de madeira improvisadas, onde antes havia apenas água. Nas comunidades e praias, os relatos são de isolamento, lama e escassez de recursos. Essa seca também tem sido observada em outros pontos da Amazônia. No médio Solimões, os igarapés secaram completamente, obrigando os ribeirinhos a percorrerem quilômetros em busca de água potável nas torneiras de Tefé (AM). Nas proximidades das Terras Indígenas Porto Praia de Baixo e Boará/Boarazinho, também em Tefé, o rio Solimões se transformou em um deserto, com bancos de areia que parecem infinitos. Os indígenas relatam dificuldades para escoar suas produções, e o consumo de água parada em igarapés tem causado problemas de saúde.



  • Por da Redação
  •  
  • 16/10/2023 15h22